Nova Doença digital: o zumbi eletrônico!
Segundo o filósofo grego Aristóteles, em sua obra Política, o ser humano é um animal social, necessitando do convívio social para atingir a sua plenitude. Nessa busca pelo amadurecimento, o ser humano precisa interagir com os demais. Gestos simples como tocar, olhar nos olhos do outro, discutir a relação, conversar e abraçar fortalecem o ser humano. Essa interação social tem sido determinante para sermos o que somos enquanto raça.
Nos tempos atuais, vivemos em um mundo marcado fortemente pelo individualismo, pela desagregação familiar, pela supremacia do materialismo, pelo culto ao supérfluo, pela ilusão do mundo das drogas, pela falta de diálogo, pela criminalidade e pela violência. O que é pior de tudo isso é que a globalização generaliza todos esses males, fazendo com eles sejam onipresentes em todos os cantos do planeta.
Para piorar esse contexto ruim, venho observando que há uma espécie de “zumbi eletrônico” cada vez mais comum entre nós. Ele está na nossa casa, no nosso trabalho e nas nossas reuniões sociais. Você deve conhecer alguém com os sintomas dessa nova doença epidêmica que vem assolando a nossa população. Fique atento para os seguintes comportamentos: ausência de contato pessoal; predominância de contato virtual; desatenção com o mundo a sua volta; dependência de equipamentos eletrônicos nas mãos (celular, tablete etc.); respostas monossilábicas ou inexistentes na interação com parentes e amigos.
Nos encontros pessoais, essas pessoas isolam-se em um canto e ficam em contato com o seu mundo virtual. Troca-se o contato pessoal com as pessoas pela interação virtual nas redes sociais. Para fugir da sua realidade supostamente medíocre, o zumbi eletrônico prefere viajar pelas vidas alheias, visualizar o prato que alguém está comendo, ver a roupa de alguém, saber dos detalhes da vida das celebridades e outras futilidades do tipo.
Um casal sentado à mesa de um
restaurante, não se olha, não troca palavras, não há um mínimo de interação,
mas ambos estão viajando nos seus mundos virtuais. Um grupo de jovens em uma
reunião social interage muito pouco por que todos estão de posse das suas
maquininhas e não têm tempo para os outros.
Dentre os zumbis eletrônicos, há a predominância de jovens, mas também
temos zumbis coroas. Essa doença está crescendo assustadoramente entre nós,
acabando com o convívio familiar e entre amigos.
Precisamos enfrentar esse problema antes que seja tarde. Proponho mais momentos de interação presencial. Desliguemos os nossos aparelhos eletrônicos por algum tempo ao longo do dia para potencializarmos o contato com as pessoas queridas. Vamos valorizar mais aqueles momentos em que estamos juntos com quem é importante em nossas vidas. Se pensarmos bem, talvez amanhã não tenhamos outra chance de dizer o quanto amamos a pessoa que está na nossa frente porque ela pode não estar mais aqui.
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