Mudanças anunciadas pelo MEC na avaliação do ensino superior
O Ministério da Educação
(MEC) anunciou na quarta-feira uma ampla reformulação na avaliação dos cursos e
instituições de ensino superior brasileiros. De acordo com o MEC, novos
indicadores serão criados e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também será
utilizado. O novo sistema substituirá o atual, que vigora desde 2007, com o
objetivo de saber como o estudante ingressou na universidade e medir o quanto
aprendeu. As medidas ainda não têm prazo para serem colocadas em prática.
Segundo o MEC, a principal mudança será a criação de um novo
critério, chamado Indicador da Diferença entre os Desempenhos Observado e
Esperado (IDD). Ele vai funcionar com base nas comparações dos resultados dos
estudantes no Enem e com as suas notas no Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade), aplicado no último ano da graduação.
Ao
contrário do Enade, necessário para que o estudante receba o diploma, o Enem
não é um exame obrigatório. No entanto, o MEC acredita que este não seria um
problema, uma vez que a maior parte dos estudantes que ingressa no ensino
superior atualmente faz o exame, mesmo que não o utilize como forma de
ingresso.
Enade - O MEC quer
também fazer novas revisões no Enade. Hoje, as notas são calculadas por
comparação com o desempenho de outros cursos - a ideia é criar níveis de
proficiência para medir o desempenho dos alunos. Com isso, a evolução do
aprendizado do aluno dentro da instituição, que atualmente é relativizada se
outra instituição teve resultado muito superior, seria levada em conta na
atribuição da nota.
Em abril,
o ministério já havia anunciado algumas mudanças no exame. A nota seria incluída no histórico escolar dos universitários e utilizada como
quesito de admissão em cursos de pós-graduação. As alterações também não têm
prazo para serem colocadas em prática.
Sistema de avaliação - Atualmente, as instituições de ensino superior
públicas e particulares são avaliadas e reguladas de acordo com o Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). As avaliações servem, por
exemplo, como critério para participação em programas como o Financiamento
Estudantil (Fies).
O Enade
tem o maior peso nas avaliações e corresponde a 70% do chamado Conceito
Preliminar de Curso (CPC), que por sua vez é usado no cálculo do Índice Geral
de Cursos (IGC). Para cada um dos índices há um conceito mínimo, se o curso ou
a instituição não atinge, sofre sanções e pode até deixar de funcionar.
O MEC
pretende substitui o atual CPC pelo Índice de Desempenho dos Cursos (IDC). Ele
levará em conta as notas dos alunos no Enade, mas também critérios como taxas
de conclusão, permanência e desistência dos estudantes, além do desenvolvimento
dos professores (titulações, regime de trabalho e permanência nos cursos de
graduação).
Já o IGC
seria substituído pelo Índice de Desempenho Institucional (IDI), que vai
considerar a avaliação do ensino, pesquisa e atividades de extensão
desenvolvidas pelas instituições. Este indicador também levará em conta o
resultado dos estudantes no Enem e do Enade, com a intenção de medir o que o
estudante aprendeu e agregou de conhecimento na instituição de ensino.
A
composição dos indicadores e os pesos de cada uma das avaliações ainda serão
definidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), que está desenvolvendo os novos indicadores.
Caso
aprovada, a reformulação poderá começar a valer ainda este ano. O grupo de
trabalho que discute a avaliação da educação superior inclui além do Inep,
secretariais do MEC, representantes de instituições públicas e privadas,
Conselho Nacional de Educação, entre outras entidades.
Fonte: Veja.com.br (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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