AS 48 LEIS DO PODER - Lei 4: Diga sempre menos que o necessário

AS 48 LEIS DO PODER - Lei 4: Diga sempre menos que o necessário
O primeiro Livro dos norte-americanos Robert Greene e Joost Elfers, intitulado As 48 leis do Poder, originalmente The 48 Laws of Power, foi publicado em 1998, fazendo parte do segmento de autoajuda, tendo vendido mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos, sendo traduzido para mais de 24 idiomas. No Brasil, a publicação é de 2000, pela editora Rocco.
O livro faz incursões históricas para apresentar exemplos de erros cometidos por figuras públicas da história mundial que os levaram à desgraça por terem afrontado o código de ética de posturas aceitáveis pela sociedade de suas épocas.
Este best-seller será o tema de alguns artigos que publicaremos semanalmente neste espaço, tendo como assunto inicial o capítulo quatro, a lei número 4, que tem o seguinte título: Diga sempre menos que o necessário.
A escolha desse tema deve-se ao fato de estarmos vivendo um momento onde alguns gestores públicos não seguem definitivamente esta lei do livro de Greene, falando impropérios em quantidade e momentos inapropriados. O termo impropério também é cabível devido à proximidade da semana santa e de o mesmo ter sido usado pelos judeus para acusar Jesus Cristo de ter pronunciado impropérios contra o status quo da época.
Neste capítulo, Greene usa o exemplo do general romano Gnaeus Marcius, que viveu no século V a.C., sendo também conhecido como Coriolano, que era bastante respeitado pelos seus concidadãos pelas vitórias militares retumbantes obtidas em batalhas diversas.
No ano de 454 a. C., Coriolano decidiu candidatar-se ao cargo   de Consul, o mais alto cargo político da Roma antiga. A tradição mandava que os candidatos a Consul fizessem um discurso público no início do processo eleitoral. Como era um militar, pouco afeito às palavras, Coriolano usou a abordagem de enfatizar as suas cicatrizes, marcas das batalhas em defesa de Roma, deixando seu discurso em segundo plano, conseguindo sensibilizar os seus eleitores, saindo ovacionado e com a eleição praticamente assegurada.
No dia da eleição, Coriolano com o ego bastante inflado resolveu fazer uso do púlpito novamente para dirigir sua palavra aos seus concidadãos, focando dessa vez para um público mais seleto e rico, adotando um discurso arrogante com palavras grosseiras e exalando soberba, contando vantagem com a vitória iminente. O tiro saiu pela culatra. A aura de herói foi desmantelada pelo discurso inapropriado. Coriolano foi derrotado fragorosamente na eleição, que era quase certa.
               Após a derrota, tomado pela ira, em clima de revanche, Coriolano fez uso da palavra novamente para destilar seu ódio contra os seus compatriotas, agredindo-os e pregando a ideia de uma nova sistemática de gestão que eliminaria os tribunos, representantes do povo, no governo romano.
               A consequência imediata foi um movimento de revolta do povo romano que culminou com a convocação de Coriolano para retratar-se publicamente. Fazendo o uso da palavra de forma pública, Coriolano passou os pés pelas mãos, proferindo um discurso abusivo e excessivo novamente, levando a uma revolta popular, que acabou por originar a sua condenação à morte, condenação esta que por uma manobra política das elites, foi alternada pelo banimento perpétuo em respeito aos serviços prestados pelo general falastrão. Seu banimento foi motivo de festa nas ruas de Roma.
               Moral da história: em boca fechada, não entra mosquito. Quem diz o que quer, pode sofrer as consequências que não deseja. 

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